de: Adelaide Vilela, Aquiles Garcia Brito, Carlos Bessa, Ivo Machado, João Bosco Mota Amaral,
João de Melo, José Andrade, Luís Filipe Sarmento, Luiz Antonio De Assis Brasil,
Maria João Dodman, Orquídea Abreu, Rosabela Afonso, Teresa Canto Noronha

Tema: Literatura > Literatura de Viagem | Chancela: Letras Lavadas
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SINOPSE:

…. hoje a viagem, sempre programada, perdeu o aliciante de aventura constitutiva da antiga viagem. O viajante hoje busca algo de exótico que possa revelar ao leitor – uma paisagem insólita, as caraterísticas da comunidade para onde se dirige, um encontro inesperado, um monumento extraordinário, síntese de uma história de séculos. Neste sentido, é exemplar o relato de Adelaide Vilela e a sua adaptação ao Canadá e de Aquiles García Brito e a sua descoberta de São Miguel e do arquipélago da Madeira. Mas também, mimetizando a aventura duma viagem, a narrativa de Carlos Bessa montado num triciclo aos quatro anos dando voltas no interior da sua cidade, e a viagem a Itália de Ivo Machado, recheada de uma prosa poética, como a viagem de João Bosco Mota Amaral na sua ilha natal ou a de João de Melo à Argentina. Bem interessante o guião que José Andrade apresenta das comunidades açorianas espalhadas a Sul: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Uruguai. Luís Filipe Sarmento faz de livros a sua viagem a São Francisco, provando que a literatura pode ser trânsito entre chão e céu. Luiz António de Assis Brasil transforma a sua viagem a Ponta Delgada num banho de cultura. Através de Violeta Rosa, a imaginação de Maria João Dodman narra a visão de uma ilha “desconhecida”, Orquídea Abreu uma viagem de voluntariado a Nampula – se a primeira preenche o texto com o tecido da imaginação, a segunda preenche-o com o tecido da espiritualidade. Ambas são alternativas ao relato jornalístico da viagem, como o faz com mestria Teresa Canto Noronha. Finalmente, a viagem de Rosabela Afonso a Moçambique que, sendo de trabalho, se tornou uma viagem de descoberta e paixão – é o que se pode designar por “viagem de uma vida”. Belo livro, Viagens II, que, unidas pelo ponto nevrálgico dos Açores, nos dá múltiplas perspetivas possíveis da viagem, tantas quantos os autores.

Prefácio: Miguel Real